sábado, 14 de maio de 2016

A eterna busca



Sei que todos querem saber sobre a China e terei um ano para contar. Mas antes preciso falar sobre isso. A eterna busca pela felicidade, mas que tem a ver com meu momento China.

"Todo mundo quer encontrá-la"
Ano passado, quando voltamos de férias da Europa, assisti a um filme no avião chamado “Hector e a busca pela felicidade” (Original: Hector and the search for happiness”. Viva!! Não mudaram!), o qual recomendo fortemente, porque é excelente. No fim do filme eu chorava em bicas. Porque minhas férias tinham acabado, porque era uma comemoração de 40 anos, porque eu havia completado a meia-maratona de Amsterdam para a qual me preparei durante muito tempo, porque eu estava voltando para a realidade dura e sofrida do Brasil, porque meu trabalho não estava indo bem. Porque eu também queria muito encontrar a felicidade. Enfim. Bola pra frente. Eu já havia entendido a mensagem de Hector.

No inicio deste ano, resolvi fazer o curso de MT – MeditaçãoTranscendental – uma técnica (não é religioso, não é mandinga, não é fé. É uma técnica!) de repouso consciente que faz o cérebro se autocurar, ou seja, balancear todas as “inas”, boas e más, de forma natural. E com o início da meditação, este convite para vir à China.

Isso me fez lembrar e refletir sobre o Hector, a busca da felicidade e como tenho me comportado nos últimos anos.

Perdi a minha mãe muito cedo (2001), casei (2003), mudei de cidade (2005), perdi uma das minhas melhores amigas assassinada de forma brutal (2008) e sempre me posicionando perante a vida como forte, autossuficiente, independente. Uma hora foi por água abaixo. Chorei muito, sentia uma tristeza tão grande e sem motivo aparente que realmente me preocupei. Depressão diagnosticada (2010). Remédios, tarja preta, terapia, tudo que eu sempre detestei. Beleza, se não tem outro jeito, aceitei. Após este tratamento, que durou um ano, e alta do psiquiatra, fiquei mais molenga, mais chorona, mais frágil, pois senti na pele que tudo que não temos nessa vida é controle. E isso assusta! Mas nesse mesmo momento, a epifania: tudo bem, essa busca pela felicidade é realmente eterna. A satisfação plena é muito difícil e totalmente diferente do conformismo. Tem gente que lida bem com ele. Eu e o Hector não.

Poucos meses depois da alta do médico, iniciei a cinesioterapia (2011), queria algo diferente da linha freudiana. Minha terapeuta era (ainda é e indico, mas não faço mais) muito legal, ainda arteterapeuta, divertida e nosso bate-papo era ótimo e eficiente, enquanto durou. Tomei o Santo Daime, mas minha mente ultrafocada não me permitiu ver A luz. Também achei religioso demais. Valeu a experiência. Paralelamente, comecei a correr, coisa que nunca tinha pensado, mas que quando se consegue ultrapassar a barreira dos 5k confortáveis, sente-se a alegria máxima que aquela endorfina produz. Ótima para a felicidade!

E aí, uma amiga minha dos velhos tempos se suicidou (2013). Fiquei muito abalada, pois já havia sentido na pele a força de uma depressão. Parti para a terapia freudiana. A busca continua. Essa psicóloga me disse, dentre outras, uma coisa bem basiquinha, mas que me ajudou muito: procure fazer mais coisas das quais você goste.

Então me matriculei no sapateado (2014), vontade antiga que eu tinha. Minha felicidade já teve alguns auges e este foi um deles. Descobri que amo muito dançar e esta arte em especial é simplesmente demais! Dançar e tocar um instrumento ao mesmo tempo é muito genial!

Nesse ano também descobrimos o Kefir, um alimento “milagroso” descoberto no Cáucaso há mais de 3000 anos, com o qual se mantém uma relação simbiótica que faz bem para a gente e para o alimento, que é uma colônia de microrganismos cheia de probióticos e antibióticos naturais, e que faz um bem danado pra saúde. Mas tem que cuidar (por isso a simbiose) e se dedicar. Minha TPM melhorou em 80%! Tomamos até hoje.

Mas a busca continua e no início do ano passado (2015), conheci o ho’oponopono, também um método de autocura, baseado no amor através de palavras para chegar ao subconsciente, que é onde estão as memórias (que às vezes nem são nossas, estão em nosso DNA) e estas, muitas vezes, são obstáculos para os processos vitais. Dá-lhe ho’oponopono. Pratico sempre, não custa nada e o conforto vem imediatamente. E diz a descoberta que a partir do momento que você resolve estas questões com o mundo, ele se abre para novas e boas experiências!

E com toda a crise econômica que me pegou de cheio profissionalmente durante o ano passado, cheguei na MT (2016). Fiz o curso, medito diariamente e tudo que eu desejei e pedi ao universo vem se realizando. (Cuidado com o que você deseja, você pode ir parar na China!!) Mas não porque tenho sorte, ou ganhei na mega-sena. Até porque hoje percebo que talvez a crise que me afastou do meu trabalho e outras coisas que julguei problemas no passado foram, de fato, ótimas para o processo de crescimento como um todo. Mas principalmente porque nunca deixei de buscar. De me aperfeiçoar. De me tornar uma pessoa melhor.

Hoje agradeço, agradeço e agradeço. E continuo buscando.

E é isso que eu aprendi com o Hector e comigo mesma.

PS. Todos os links das minhas “maluquices” estão aí, para quem quiser compartilhar a eterna busca. Ou descubra suas próprias. Mas, por favor, não fique só reclamando da vida, que real e infelizmente não é fácil para ninguém. Faça alguma coisa.